quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Tema: Amarelo

Logo que me senti só nesse mundo me lembrei da frase que eu li nas legendas de letras miúdas de um filme que eu vi: "Não há nada a temer! Sou o rei do meu próprio reino, mesmo sendo ele tão pequeno! Eu sou um artista!" e tratei logo de construir uma casa.
Lembrei dos meus amigos, especialmente de um deles que vivia intrigado com o fato de eu ter construído uma casa na árvore quando eu tinha uns seis ou sete anos. Ri um pouco enquanto fazia um telhado de folhas de coqueiro e percebi que esses saberes são mesmo um reino. Enquanto eu pensava nos limites dos meus reinos as folhas foram secando na sombra e ficaram completamente amarelas. Depois disso se eu olhava pro teto ou pro por do sol sentia o mesmo: pensava em errar nos reinos fora dos meus domínios e em todas as frases de cartas de amor que eu nunca escrevi.
"Uma hora você vai perceber que eu sempre fui o grande amor da sua vida, e vai ver que já é tarde demais. E por isso vai deixar pra me ligar no outro dia bem cedo e começar todo o resto". E então eu olhei pro sol nascendo e percebi que o amarelo é sempre o mesmo.

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